A economia básica assume que somos todos atores racionais, mas o Prêmio Nobel de 2017 sobre o assunto foi para alguém que dedicou uma carreira inteira à irracionalidade. Nem sempre tomamos as decisões mais óbvias ou lógicas com nosso dinheiro, mas raramente achamos que tenha algo a ver com nosso gênero. Uma nova pesquisa, no entanto, mostra que o gênero pode ter um grande efeito na forma como respondemos às questões monetárias.
Economistas da American University acabaram de lançar um estudo investigando como homens e mulheres lidam com dívidas. O gênero é uma construção social, e a equipe parece ter operado sob uma definição restrita do termo, mas, em linhas gerais, eles descobriram que um estereótipo não existe de forma alguma. Em vez de os homens serem impassíveis e sensatos com relação ao dinheiro, os pesquisadores descobriram que os homens eram mais propensos a usar dívidas para comprar artigos de luxo. As mulheres, por outro lado, "enxergam a dívida como uma ferramenta para ajudar a suavizar o consumo", segundo a co-autora Mary Eschelbach Hansen.
Em outras palavras, as mulheres são mais propensas a tolerar dívidas quando são produto do uso responsável do dinheiro, mas os homens são menos cautelosos, mesmo quando se trata de riscos e não essenciais. Isso repete um padrão que já vimos em investir, parte da qual pode até ser hormonal. Durante o período estudado pelos pesquisadores (2004-2013), a posição financeira das mulheres melhorou em relação à dos homens, embora as mulheres tenham sido mais atingidas pela Grande Recessão. Isso é para cautela, de acordo com os autores. Felizmente para todos nós, não há nada de gênero em aprender a desacelerar e se perguntar por que você está gastando e se é a escolha certa naquele momento.